5G: Conceito e Casos de Uso

O mercado de telecomunicações está em grande mudança nos últimos anos: substituição de tecnologia; aplicativos Over-The-Top (OTTs) crescem e roubam receitas das operadoras; Internet Service Providers (ISPs) competitivas/regionais avançam no mercado das grandes teles; Internet of Things (IoT). O cenário está mudando em muitas dimensões e afetando todo o ecossistema.

E no Brasil não é diferente. Para exemplificar, o mercado de serviços tradicionais de telecomunicações (voz fixa, dados fixos, dados móveis, voz móvel e banda larga) estão iniciando a queda de receita no Brasil em 2019, segundo a IDC. Se olharmos um pouco para trás, esses mercados cresciam acima de 10%. É uma grande mudança de cenário.

Olhando especificamente para o mercado de mobilidade brasileiro, precisamos também uma mudança de tecnologia nos últimos anos. Saímos do GSM e chegamos ao 4G atual numa corrida frenética das operadoras por mais receita com melhor qualidade de serviço e melhor cobertura para seus clientes.

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Mas ultimamente todos nós estamos sendo bombardeados pela “nova geração” das redes móveis que promete revolucionar o mercado e dar fôlego para as operadoras. O 5G promete levar a indústria de telecomunicações para um novo patamar, garantindo alta velocidade de conexão, baixa latência e novos modelos de negócios com geração de receita relevante para as operadoras.

Mas, afinal, o que é 5G?

Em linhas gerais, o 5G é uma tecnologia de evolução das comunicações móveis que transcende as comunicações por smartphones e garante que virtualmente qualquer coisa possa estar conectada em qualquer lugar.

Um grande ponto para o 5G é que ele vai desencadear uma série de casos de usos para o B2B das operadoras que necessitarão de requisitos específicos para suas aplicações. Nesse contexto, o 3GPP definiu três principais requisitos para as redes 5G que cobrirão a maior parte desses casos de uso:

  1. Enhanced Mobile Broadband (eMBB) possibilitará serviço de comunicação móvel com experiência similar à fibra ótica em centros metropolitanos de alta densidade populacional, atingindo velocidade de download próxima a 1Gbps. Isso levará ao surgimento de vídeo 3D (holograma), por exemplo. Veja esse vídeo da Vodafone Portugal para entender.
  2. Massive Machine Type Communication (mMTC) permitirá novas aplicações para Machine-to-Machine (M2M) e Internet of Things (IoT) através da alta densidade de dispositivos com alta penetração indoor e baixo consumo de energia.
  3. Ultra Reliable and Low Latency Communication (URLLC) irá endereçar casos de uso onde a banda disponível não é tão problemático quanto a baixa latência e alta confiabilidade da conexão. Isso vai viabilizar casos de uso como carro auto-dirigível, por exemplo. Veja esse vídeo e ente.

Tem algum exemplo de caso de uso?

As três características principais já expostas serão a “base” para os novos casos de uso que atingirão principalmente o mercado Business-to-Business (B2B). Os exemplos clássicos estão explicitados na imagem abaixo e posiciona o caso de uso de acordo com a principal característica do 5G exigida. 

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Exemplos:

  • Self Driving Car: Esse é um caso de uso clássico quando falamos de 5G. A alta confiabilidade e a latência “quase zero” da comunicação vai permitir que os carros consigam transmitir e receber dados em tempo real e em movimento e tomar as decisões durante um trajeto.
  • Realidade Virtual e Realidade Aumentada: Para se conseguir uma experiência de AR/VR de altíssima qualidade com aplicações especificas, deverá ser necessário algo como 5 gigabits por segundo de banda. Em redes móveis, o 5G vai permitir essa configuração.

Conclusão

As operadoras estão passando por um grande processo de mudança em seus mercados e isso tem acarretado a queda de receita dos seus serviços tradicionais. O 5G vem para mudar esse cenário com uma tecnologia de mobilidade que promete revolucionar a forma como pessoas e dispositivos se conectam, desencadeando uma série de oportunidades, novas linhas de receita e novas formas de atingir o mercado.

Por outro lado, a forma tradicional que as operadoras trabalham atualmente precisa mudar para que essa tecnologia realmente consiga atingir o seu maior potencial. Existe a necessidade de mudança em cultura organizacional, infraestrutura, modelos de negócios, skills e vários outros pontos. Mas o principal é que as operadoras precisam entender que esse novo modelo faz com que as áreas de Engenharia e TI trabalhem como uma só área com uma infraestrutura comum, compartilhada, inteligente e definida por software.

As operadoras já entenderam aqui no Brasil e já estão em processo de mudança com suas frentes trabalhando nesse novo modelo. Mas ainda existe um caminho importante a ser percorrido, principalmente quando falamos de virtualização das redes em modelos abertos, seguros e flexíveis.

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